Thursday, December 30, 2010

sobre o fim do ano



o que penso é mais ou menos isto. mas - o lado bom da coisa - vai ser sem dúvida um fim-de-semana divertido com amigos. os desejos, esses, deixo-os para a meia noite e guardo-os cá para mim.
Ora então até para o ano e um 2011 muito bom, sim?

Wednesday, December 29, 2010

sobre as coisas boas da vida



tenho para mim que as coisas boas da vida não são aquelas que se destacam pelo tamanho, pela extravagância ou pela raridade... as coisas melhores da vida são, muitas vezes, invisíveis (são as memórias que ficam, as fotografias mentais dos lugares onde fomos felizes) - outras, são as pequenas coisas, os pormenores. Sou uma pessoa de pormenores, sem dúvida. Talvez por isso ache que algumas das melhores coisas são os momentos passados no calor daqueles de quem mais gostamos, uma boa noite com os amigos, uma gargalhada de ir às lágrimas, um bom jantar, um bom filme. no Verão, um dia de praia bem passado; no Inverno, uma tarde de chuva passada à lareira. quando estamos tristes, a simples preocupação de alguém que goste de nós. um abraço, um chocolate. ter notícias dos amigos que estão longe, e dos que estão perto e se lembram de nós. saber que, no matter what, nunca estamos sozinhos.
As coisas boas da vida também aparecem de surpresa. quando pensamos ou esperamos demasiado uma coisa, por muito boa que seja no momento, parece sempre que as nossas expectativas se elevam demais, o que acaba por tirar alguma emoção à coisa. As coisas que não esperamos, pelo contrário, causam um bom efeito surpresa, parecendo que sabem melhor.
Não vou mentir, também há coisas boas da vida que são palpáveis, materiais. Muitas vezes vêm em caixinhas pequenas. ainda hoje recebi uma, e adorei. Costumo adorar esses pequenos grandes pormenores.
Que o novo ano seja cheio de coisas boas da vida (e, já agora, com muitas caixinhas pequenas!)

Tuesday, December 28, 2010

sobre as vacas e os comboios da Índia

Nem tudo o que se passa
pode ser escrito, eis o que já sabíamos
in Uma Viagem à Índia, Gonçalo M. Tavares

Tinham-me dito para estar preparada para tudo e mais alguma coisa, para muita miséria, para gente diferente. mas muitas vezes as palavras não se medem ou não se julgam tão fiéis à realidade. Ou, simplesmente, não há palavras que sejam suficientes para descrever uma realidade que rompe com tudo o que conhecemos, que vai além da própria ficção que vemos contada em prosa ou na tela do cinema.
E por isso não tento descrever, porque eu própria tenho a noção de que as palavras não chegam.
Imagens valem certamente muito mais mas, ainda assim, não chegam. É preciso ver, viver, sentir, cheirar. A Índia teve a capacidade de inspirar em mim sentimentos ou sensações que nem sabia que existiam. E isso é bom, sem dúvida, chegando a ser paradoxal. Pela positiva e pela negativa, para o bem e para o mal, experimentar os limites da mente humana e perceber que aquela história de abrir os horizontes até tem o seu quê de verdade. Ali, nada é impossível, tudo existe, tudo se cria ou transforma, tudo se torna realidade (embora às vezes não pareça). Ali as regras reinventam-se a cada momento, tudo são meios para atingir os fins, e o caos é dissimuladamente organizado - pelo menos, o suficiente para que as coisas funcionem.